Contato das crianças com a natureza e a vida no campo dá o tom do livro de Graça Carvalho, ilustrado pelo arapiraquense Adnael
Kamylla Lima – jornalista / Adriano Arantos – fotógrafo
“É tão importante investir no sonho da gente”. A afirmação é da autora e jornalista Graça Carvalho, que lançou seu primeiro livro, “O Sítio das Árvores Mágicas”. Em um clima de realização e fortalecimento da literatura, o título foi lançado pela Editora Performance, na tarde deste domingo (2), durante a 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
O público se reuniu para prestigiar a jornalista e o ilustrador Adnael no estande da Editora – que faz seu primeiro voo solo na Bienal com o lançamento de 110 títulos. Numa reconexão com as memórias das férias da infância, cheias de cores, texturas e sabores vividos na zona rural, a autora deu voz a Mariana e Pedrinho, irmãos que moram com os pais na cidade, mas vão passar as férias no sítio do avô. De lá, voltam encantados e criam o próprio sítio imaginário.
No lançamento, Graça levou mudas de árvores frutíferas para o público, como símbolo de força, renovação e novos frutos — reforçando a importância de manter viva a relação das crianças com a natureza, mesmo em um mundo cada vez mais digital. Apesar do tom leve e vibrante do livro, ele nasceu da dor e do luto. A autora contou que o projeto foi uma forma de catarse enquanto enfrentava a perda da mãe, em fevereiro deste ano.
“Eu estava escrevendo outro livro, voltado para o público adulto, sobre a doença da minha mãe, que faleceu este ano. Ele já estava quase pronto, mas precisei respeitar o meu luto. E aí resgatei este projeto. Entrei em contato com o Adnael, que topou na hora. Acho que isso aqui é um alívio. Me reconecta comigo, com a minha mãe, com a minha infância, com a minha vida”, afirmou.
Graça é natural de Arcoverde, em Pernambuco, e Adnael, de Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Unindo as visões de dois filhos de estados-irmãos, as ilustrações do livro carregam referências lúdicas que remetem às lembranças da infância de ambos.
“Quando ela me apresentou o roteiro, eu me identifiquei de imediato. A partir daí, ajustamos os detalhes, fiz os esboços e pedi o briefing dos personagens — como ela os imaginava. Fiz os rascunhos, mostrei a ela, fizemos pequenos ajustes e assim seguimos. A cada nova etapa, eu mostrava o resultado, ela aprovava, e o trabalho fluiu naturalmente. Foi um processo leve e harmonioso”, explicou Adnael.
Ao final, os dois também receberam uma moção de aplauso concedida pela Academia Arapiraquense de Letras.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.


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